segunda-feira, 9 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher. Qual a nossa responsabilidade?



Ontem, comemoramos o dia internacional da mulher (ops)! Não sei se há muito que ser comemorado.

Algumas das batalhas estão longe de serem vencidas; quer um exemplo? A mutilação genital realizada em algumas tribos africanas, apesar de proibida há aproximadamente três anos, ainda faz suas vítimas. Meninas são submetidas à extirpação do clitóris e tem suas vaginas costuradas; para que não sintam prazer, deem mais prazer ao marido, e finalmente, não coloquem em risco o casamento.

No mundo inteiro milhares de mulheres ainda sofrem com a violência doméstica. A violência pode ser física, sexual ou psicológica; e muitas mulheres deixam de denunciar seus agressores por medo, ou simplesmente, por não terem uma rede de apoio adequada.

Num mundo moderno, as mulheres ainda são vistas como objetos sexuais; taxadas e rotuladas como “oferecidas ou disponíveis” para o estupro pelo modo como se vestem.

Para as outras, agraciadas pela providência divina, que tiveram a oportunidade de estudar, trabalhar, se casar e constituir família; ainda restam os menores salários para os mesmos cargos ocupados por homens; a jornada dupla de trabalho (porque na maioria dos casos, serviço de casa é serviço de mulher) e, finalmente, a árdua tarefa de criar e educar os filhos...

Feminista este texto? Na verdade não! Esses são apenas alguns exemplos de um mundo que ainda necessita de mudanças, e rápido.

Há todo um contexto cultural envolvido, e infelizmente, a cultura é algo moroso para ser alterado. Mas você já se perguntou o quanto colabora para a manutenção dessa realidade?

A cada vez que você diz que brincar de bonecas não é brincadeira para menino, ou que você exige que sua filha lhe ajude nos afazeres domésticos, enquanto seu filho da mesma idade continua a brincar com o viodeogame; você está, até certo ponto, colaborando para uma cultura sexista.

Penso que a mudança cultural de que precisamos, começa dentro de casa, quando educamos nossos filhos. O filho que nunca teve que fazer nenhum serviço doméstico, que foi incentivado na adolescência a “pegar” todas as menininhas que pudesse; certamente se tornará o marido que não queremos para nossas filhas.


É claro que, somente isso, não resolverá todos os problemas do mundo, não sou tola a esse ponto; mas se queremos mudanças, teremos de começar por nós mesmas; na forma como nos posicionamos e educamos nossos filhos. A mudança pode estar em nossas mãos, afinal somos nós que educamos os homens que fazem a nossa história. 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Meu filho não quer comer. Seletividade Alimentar na infância.





Essa sempre foi, e será, uma das maiores preocupações da maioria das mães; quer sejam aquelas de primeira viagem, ou mesmo, as mais experientes. Qualquer mãe pode dar conta de todas as necessidades do filho; mas se o problema for a alimentação, não há mãe que não enlouqueça um pouco.

Num primeiro momento de vida, o vínculo entre mãe e filho se estabelece na amamentação; é nesse momento que além de alimentar, a mãe oferece ao filho segurança, calor, abrigo; é ali que ela diz ao filho: “vou te proteger e suprir todas as suas necessidades”. Por isso, quando a criança não quer se alimentar, ou aceita apenas alguns poucos alimentos, a maioria das mães fica extremamente angustiada e aflita. De forma inconsciente a mensagem que recebem é de que a criança não está disposta a receber seu cuidado e amor.

A verdade é que, após o primeiro ano de vida, é muito comum que algumas crianças desenvolvam a chamada “seletividade alimentar”. A criança estabelece para si uma dieta baseada num conjunto de alimentos, semelhantes entre si, quer seja pela cor, sabor, textura ou modo de preparo; muitas vezes se negando a apresentação de qualquer outro alimento que não faça parte desta lista restrita.

A boa notícia é que essa seletividade tem uma relação clara com a idade; ocorre com maior frequência, do primeiro ano de vida até, mais ou menos, cinco anos; depois, gradativamente se reduz  até a vida adulta. Sim, mesmo os adultos têm, em certo grau, alguma seletividade alimentar.

O acompanhamento de perto do pediatra poderá verificar se, apesar dessa seletividade alimentar, a criança está crescendo e se desenvolvendo adequadamente. Exames complementares poderão verificar se há a carência de vitaminas, cálcio, ferro ou algum outro nutriente importante e se há a necessidade de alguma suplementação.

Em casa, não faça das refeições um momento desagradável forçando a criança a comer o que não quer, chantageando-a ou castigando-a por isso. Isso só fará com que ela veja o fato de se alimentar como algo ainda pior.

Tente algumas estratégias:

- pratos coloridos sempre despertam a atenção das crianças, tente montá-los com os alimentos que já fazem parte da dieta alimentar do seu filho, dê um aspecto lúdico à hora da refeição;

- aos poucos varie o modo como prepara esses alimentos; mudando a princípio, a textura ou a cor de um mesmo alimento já pertencente à dieta. Por exemplo; se a criança “adora” batata frita, lhe apresente a batata cozida, assada ou o purê de batatas.

- no começo, dê mais atenção à variação no modo de preparo de um mesmo alimento, oferecendo-o mais vezes; e só depois, tente a inserção de um novo.

-  os colegas da escola ou um grupo de amigos podem contribuir nesse processo; as crianças tendem a imitar seus pares. Aproveite essa oportunidade e convide alguns amiguinhos "bons de garfo" para almoçar em casa, junto com seu filho; isso despertará sua curiosidade em experimentar novos alimentos.


Esse é um processo gradativo e que vai exigir dos pais um pouco de trabalho extra e uma dose generosa de paciência. Mas tenha certeza que o resultado será compensador!


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Você sabe quem é você?





Se alguém lhe faz essa pergunta, você provavelmente dirá: “sou fulano de tal”, se descreverá física ou emocionalmente, “sou extrovertido, ou tímido, muito sociável, gosto disso ou daquilo”...

Você já parou para se perguntar quantas dessas qualidades são realmente suas? Ou foram atribuídas a você pelos outros?

Desde criança isso acontece: pai, mães, avós, tios nos caracterizam: “ele é uma criança muito tranquila, supereducada, etc, etc”, muitas dessas características nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Mas, quem sou eu mesmo?

Para saber a resposta a viagem é outra, a do autoconhecimento! Uma viagem para dentro de si mesmo!

O autoconhecimento significa o conhecimento de um indivíduo sobre si. Conhecer suas potencialidades e trabalhar para que se transformem em habilidades; reconhecer seus sentimentos e avaliá-los; aprender a dizer “não” quando necessário – não gosto, não quero, não preciso – questionar suas próprias crenças; abrir mão do que já não lhe faz bem e assumir a responsabilidade pela própria felicidade.

E agora? Você já pode me dizer quem é você?




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Do que você tem medo?






O medo é uma emoção absolutamente normal que nos coloca em alerta e nos prepara para lutar ou fugir. Por outro lado, nós seres humanos somos seres extremamente complexos e, nem sempre, o medo é assim, tão fácil de entender, e muito menos, de lidar.

Pode parecer estranho, afinal não estamos mais "no tempo das cavernas" que diante de um animal selvagem, lutávamos para defender nossas vidas ou simplesmente fugíamos; porém essas reações ainda ocorrem, talvez de forma mais sutil e subjetiva, mas ainda continuamos a reagir dessa maneira.

Quantas vezes, diante de uma situação incômoda qualquer da vida, uma crítica no trabalho por exemplo, temos uma reação exagerada ou agressiva? Essa é uma situação de luta, reação originada pelo medo de ser advertido, penalizado ou perder o emprego.

Ou quem sabe, você já tenha evitado ir a um evento ou festa por não conhecer as pessoas que estavam presentes? Não saber como se comportar ou interagir? Está aí a fuga!

Sentir medo, até certo ponto, é normal e pode mesmo ser benéfico, diante de situações de perigo real, nos tornamos mais cuidadosos, mais prudentes, avaliamos melhor as circunstâncias que cercam tais situações.

Por outro lado, às vezes, o medo pode trazer prejuízo - nas nossas relações de trabalho, sociais - nesse caso, é preciso examiná-lo mais a fundo. Do que é que você "realmente" tem medo? De onde vem esse medo? Refletir sobre essas questões pode ajudar a desmitificar o medo e aprender a lidar com ele de forma saudável. Se necessário, procure ajuda de um(a) psicólogo(a).



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O Suicídio: quanto antes detectar, mais fácil prevenir...

(Compartilhando do blog avidanoespelho.blogspot.com.br de Aglair Grein - Psicanalista)


No Brasil ocorrem, em média, 25 suicídios por dia. Não há morte por suicídio. Há morte por depressão. Quanto antes se detectar, mais fácil prevenir.

*“Quem fala não faz” é um mito comum sobre o suicídio.
 A maioria dos suicidas dá sinais claros de que vai se matar. São praticamente anúncios. Normalmente os mais jovens são mais diretos. Eles verbalizam claramente, ou avisam pelas redes sociais, por e mail. Já os mais idosos são mais sutis. Eles se despedem distribuindo posses.

Há também os sinais indiretos, que precisam ser decodificados. Um tipo de sinal, neste caso, é começar a colocar a vida em risco, como abusar de álcool e drogas, dirigir de forma irresponsável, brincar com armas de fogos perigosas. São os chamados suicidas passivos.

 *Perguntar se a pessoa pensa em se suicidar não a induzirá ao ato? Ao contrário, falar sobre o assunto pode salvar muitas vidas. Se você ficou desconfiado diante dos sinais, pergunte a ela: 'você está pensando em se matar?' Faça então um encaminhamento desta pessoa a um profissional de saúde mental. Para o copo não transbordar, precisa esvaziar.

*Mudanças bruscas de comportamento são as principais pistas que o suicida dá. Por exemplo, pessoas muito tímidas e, do nada, ficam muito agitadas. Também acontece uma retirada da vida social, um isolamento, ou abuso de álcool e drogas.

*Grande alteração alimentar ou de sono, sentimento de desvalor e desesperança. Pessoas que tiveram perdas recentes, como mortes, divórcio, histórico familiar de suicídio ou que tiveram diagnóstico de doença grave, fazem parte do grupo de risco.

*Nem todo suicida quer morrer, apenas quer mudar a situação. Todo suicida é ambivalente: uma hora ele quer, na outra não.  Isso explica porque muitas vezes, quando o suicida fez uso de um método letal e está à beira da morte, bate o desespero e  se arrepende.


* Um conselho importante é não ignorar qualquer sinal. Leve a sério as ameaças e tome providências para ajudar a pessoa em risco.O tratamento dos transtornos psicológicos é a primeira intervenção. Isso porque a maioria dos suicidas têm um transtorno como depressão ou outros males associados.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Ansiedade





A ansiedade é uma emoção que pode afetar qualquer pessoa em diversos momentos da vida; a questão mais importante é reconhecer se esta ansiedade está se tornando um problema mais grave. Quando a ansiedade traz, de alguma forma, prejuízo à vida pessoal, social ou financeira, é hora de procurar ajuda.

Alguma vez você deixou de participar de um processo seletivo ou entrevista de emprego; ou no trabalho, deixou de expor sua opinião sobre um projeto? Essas duas cenas são situações que podem trazer ansiedade; mas na verdade, o que está por trás delas? A percepção de se estar sendo avaliado, julgado, e consequentemente, a sensação de inadequação: “estou suficientemente preparado para esta prova?”, “tenho argumentos para expor minha visão sobre esse projeto”?

A dica é aprender a lidar com pensamentos desse tipo, questione-se a respeito da intensidade de sua autocrítica; muitas vezes a ansiedade está intimamente ligada a uma expectativa de atuação muito superior a realidade e muitas vezes, desnecessária.

Ou seja, você não precisa listar todos os prós e contras de um projeto, apontar uma ou duas possíveis falhas, já pode ser suficiente.

Pense nisso!




quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É hora de procurar ajuda?

Grande parte das pessoas enfrenta, em algum momento da vida, transtornos de saúde mental que podem ser tratados; é o caso da depressão e do estresse, mas a falta de informação e o preconceito ainda fazem com que adultos e crianças sofram sozinhos em vez de procurar um profissional qualificado.


Muitas pessoas chegam aos consultórios de psicologia ansiosas para encontrar um nome que abarque aquilo que sentem, uma palavra que encerre a dor, a angústia e, às vezes, a culpa ou as dúvidas que as afligem. Isso, porém, nem sempre é fácil, e de pouco adianta se o paciente não puder compreender o que se passa com ele e se responsabilizar pelo próprio tratamento, atribuindo sentidos a sua patologia.
Os testes não são definitivos, ainda que sejam úteis na tarefa de oferecer informações que ofereçam a compreensão da situação clínica de forma mais ampla.
Em vez de apostar em um diagnóstico único, pleno e “definitivo”, em muitos casos, o mais importante não é reduzir a situação a um único termo, mas sim ouvir o paciente, entender sua lógica e seus sintomas. Afinal, é na possibilidade de elaboração, ampliação do espaço psíquico e transformação que se embasa o ofício do psicoterapeuta.
                      
Teste – Sentir, pensar e agir. Para fazê-lo, marque todas as afirmativas que se aplicam a você:

CONTROLE DE IMPULSOS
1. Às vezes não sou capaz de controlar a minha raiva.
2. Frequentemente ajo por impulso, o que, às vezes, traz grandes problemas.
3. Estou preocupado com as apostas, parece que tenho dificuldades em controlar meu comportamento quanto ao jogo.

USO DE SUBSTÂNCIAS
4. Durante o ano passado, tive de ingerir mais bebidas alcoólicas ou usar mais drogas para satisfazer minhas necessidades.
5. No ano passado tentei, mas não consegui, diminuir a quantidade de bebidas alcoólicas, de drogas ou de cigarros.
6. Durante o ano passado tive de ingerir quantidades cada vez maiores de bebidas alcoólicas ou drogas para me satisfazer ou lidar com meus problemas.

DEPRESSÃO
7. Nas últimas duas semanas, venho tendo dificuldade em sentir qualquer prazer nas atividades diárias de que costumava gostar.
8. Há cerca de 15 dias venho pensando com frequência que quero morrer.
9. Pelo menos durante as duas últimas semanas, venho me sentindo deprimido quase todos os dias.

FOBIAS ESPECÍFICAS
10. Tenho medo excessivo ou irracional de algum objeto ou situação
11. Estou com muito medo de algo, e meu medo interfere em minha capacidade de desenvolver o meu trabalho ou em conduzir a minha vida de maneira normal.
12. Tenho muito medo de um objeto ou uma situação, e quando me exponho a esse estímulo entro em pânico.

FOBIAS SOCIAIS
13. Sinto medo de ficar perto de outras pessoas em determinadas situações e percebo que meus medos podem ser irracionais ou excessivos.
14. Em determinadas situações sociais, sinto extrema ansiedade.
15. Sinto grande temor em uma ou mais situações em que eu precise interagir com outras pessoas.

TRANSTORNOS DE ALIMENTAÇÃO
16. Costumo comer muito e, em seguida, vomitar ou usar laxantes, ou outros meios radicais, para evitar ganho de peso.
17. Estou preocupado com meu peso ou com a forma do meu corpo e, consequentemente, como ou me exercito de uma forma que algumas pessoas poderiam considerar incomum.
18. Não estou disposto ou não sou capaz de comer ou digerir o alimento em quantidade suficiente para manter o peso saudável.

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
19. Tenho lembranças perturbadoras relacionadas a um acontecimento traumático que experimentei no passado.
20. Costumo ter sonhos perturbadores sobre uma experiência terrível ocorrida no passado.
21. Às vezes me vejo revivendo o horror de um fato traumático que experimentei no passado.

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
22. (a) Pelo menos durante os últimos seis meses, venho sentindo preocupação e nervosismo excessivos, difíceis de controlar.
23. No mínimo nos últimos seis meses, tenho ficado extremamente ansioso e preocupado com uma série de acontecimentos e atividades diferentes.
24. Pelo menos durante os últimos seis meses, venho me sentindo excepcionalmente agitado, cansado, irritado, tenso ou distraído.

TRANSTORNO BIPOLAR
25. Durante o ano passado tive variações súbitas de humor, sem qualquer razão aparente.
26. Meu humor muda rapidamente, de depressivo a esfuziante, sem qualquer motivo aparente.
27. Durante o ano passado o meu humor mudou mais de uma vez de deprimido para esfuziante.


TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
28. Repito excessivamente certos comportamentos ou pensamentos, sem conseguir parar.
29. Pensamentos frequentes me causam grande ansiedade.
30. Acredito que esses pensamentos possam ser irracionais ou exagerados. Faço ou penso repetidamente.


PONTUAÇÃO

Se você deixou todos os itens em branco, parabéns! É provável que a sua saúde mental esteja muito bem. Caso contrário, lembre-se de que esta não é a versão completa do teste e, ainda que fosse, sua aplicação não tem peso diagnóstico. Mas os resultados podem ajudá-lo a pensar como tem se sentido e lidado com os problemas. Se marcou um item em uma ou mais categorias, é possível que esteja passando por situação de angústia que poderia ser mais bem compreendida (ou contornada) com a ajuda de um profissional. Se assinalou dois ou três itens em uma ou mais categorias, talvez seja mesmo uma boa hora para consultar um psicólogo e evitar sofrer sem necessidade, já que a maioria dos problemas de saúde mental podem ser tratados. Mais importante que o resultado do teste, entretanto, é voltar-se para si e perguntar-se se não seria o momento de cuidar de si mesmo. Afinal, quando temos uma dor de dente, por exemplo, não hesitamos em buscar um dentista. Se a dor é na alma, o psicoterapeuta é o profissional mais indicado para cuidar desse desconforto.

(Para ler a reportagem na íntegra, acesse: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/ehoradeprocurarajuda.html e para conhecer o teste completo basta acessar o site http://DoYouNeedTherapy.com).